terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Há os Oscares e o Óscar


Já que todos podem opinar sobre essa coisa do Óscar, vou lançar aqui umas palavritas para a fogueira.

No secundário tive um professor que se chamava Óscar, leccionava Ciência Política. Bom homem, sempre preparado para uma boa galhofa e com uma visão muito própria do país. Ele contava que uma vizinha sua tinha um cão chamado... Óscar, e que quando a vizinha ia passear o canídeo, passava muito tempo a gritar "Óscar, anda cá à dona. Oh Óscar não faças xixi em cima desse menino". Devia ser chato sair à rua na mesma altura em que a vizinha saía para passear o cão.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Uma Aventura no Jardim/Bosque

Numa viagem cultural, e de descontracção, dei por mim num jardim que mais parecia um bosque. É isso mesmo, fui visitar o jardim de um museu/fundação e encontrei um verdadeiro bosque. Árvores, muito espaço, um curso de água, mais árvores, mais espaço, um jardim e muita natureza. Eu já vi jardins e aquilo, meus amigos, era um verdadeiro bosque.

Enquanto vagueava pelo "jardim" comecei a magicar histórias e a desvendar mistérios. Como foi durante a semana, estavam lá grupos de jovens estudantes em visitas de estudo. A vaguear, a tirar fotografias, a correr, estavam a divertir-se na imensidão do bosque. Muitos deles, possivelmente, só conheciam a natureza das histórias de encantar e isso pode explicar a forma maravilhada como viam aquela imensidão de natureza à sua volta. E eu parecia que estava dentro de um livro da Isabel Alçada e da Ana Maria Magalhães! Não só pela vertente cultural mas também pelo enigma "seria um jardim ou um bosque" ou ainda pelo facto de as crianças desaparecerem no meio das árvores para depois voltarem a aparecer atrás de umas moitas, sabe-se lá a fazer o quê. E fiquei com a sensação que, a certo ponto, vi uma patada de um tigre!

Ponto de reflexão: crianças nos seus 13, 14 anos com grandes máquinas fotográficas. Senti-me velho. No meu tempo, carregava comigo uma pequena máquina fotográfica de 3.1 megapixels. Aquelas crianças tinham câmeras com objectivas enormes. Aliás, um simples smartphone tem o triplo dos megapixels das máquinas fotográficas que eu conhecia até entrar para a universidade. É a idade.

De tão pequeno que era o jardim, havia uma enorme equipa de funcionários por lá, jardineiros e afins. E aí vi algo que me intrigou: um desses funcionários passeava em passo acelerado, com uma caixa debaixo do braço, pelo bosque abaixo em direcção a uma zona rescondida onde eu teria medo de entrar sozinho. Tendo em conta que havia crianças a passear por lá, ao cuidado de um professor por cada 20 alunos, comecei a imaginar o pior. Era a cabeça de uma criança que seguia escondida na caixa, tenho quase a certeza! Ainda pensei em alertar os professores: "olhe, se no final da visita de estudo sentir a falta de alguém, vão encontrá-la numa caixa que um dos funcionários carregava e possivelmente foi enterrar junto àquela azinheira". Estive quase para ir ter com os professores. Mas a rapariga que estava comigo, por quem nutro um sentimento, disse que era melhor não o fazer e puxou-me para fora do jardim. Contudo, continuo a pensar nisso. Um crime aconteceu ali e uma criança desapareceu. O bosque era grande, era fácil esconder o corpo. Pobre criança, atacada por um sujeito com jardineiras e um ar de psicopata. Enfim, a tarde passou e acho que nenhuma criança desapareceu e a caixa levava apenas uma sandes de queijo e fiambre. Espero eu...

Isto é o curso de água lá no jardim. Foi por estas escadas que o funcionário carregou o corpo do jovem

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Tau-tau nos alemães!

Convido aqui o primeiro-ministro, o ministro dos negócios lá de fora e o ministro das moedas a passarem pelo Estádio da Luz esta noite. Não contem comigo para vos arranjar bilhetes, e que nem vos passe pela cabeça enviarem a factura lá para casa, faz de conta que já faz parte do valor absurdo que retiram do meu ordenado todos os meses!

Convido-vos porque ouvi dizer que andam com uns problemas como uma alemã qualquer, assim para o gorda e feia. Nada tenho contra alemães, muito pelo contrário. Já aprendi a língua, já convivi com vários, já bebi copos pagos por alemães. Costumo dar-me bem com eles. São um povo à sua maneira, de expressão mais carregada, mas gente séria, não haja dúvidas disso. Podíamos aprender isso com eles, a ser sérios e responsáveis e organizados...

Mas convido-vos porque estou confiante que esta noite os alemães vão meter o rabo entre as pernas e vão afogar as mágoas nas canecas que se vendem no Bairro Alto. Aliás, o Bairro Alto bem que podia patrocinar o Benfica nas competições europeias pois os adeptos adversários costumam ir afogar as mágoas (ou, muito esporadicamente, celebrar) para esse santuário da noite. E nesse santuário até podem ganhar, porque os germânicos sabem o que é beber uma boa cerveja sem tombar, mas na Catedral, vão cair e com estrondo. Basta o sacerdote Jesus não inventar um novo Pai Nosso (leia-se "onze com várias mexidas estranhas"), até porque isso ia colocar muita gente a pedir ajuda divina, e nós ganhamos isto com tranquilidade. Estádio cheio, seis dezenas de milhares de benfiquistas a gritar bem alto "BENFICA"! A senhora gorda e feia não sei mas estes vão tremer quando o hino do Benfica ecoar no Estádio da Luz!

Hoje, por Portugal, pelo Benfica, contra os alemães!



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Fevereiro

Amigos meus, meus amigos, peço-vos desculpa pela minha ausência não anunciada. Estive de férias. É verdade, aqueles dias pelos quais os trabalhadores comuns deste mundo anseiam sucederam nestes dias e não quis perder os meus preciosos minutos de descanso em frente a um computador. Isso e preguiça, maldita!

Espero que a vida vos esteja a correr bem. 2012 já nem lembra ao diabo e melhores dias virão. Já vamos em Fevereiro, o mês pelo qual os homens tanto choram, pelo bom e pelo mau. Este mês malandreco significa a chegada da fase a eliminar da Liga dos Campeões e da Liga Europa, o futebol espectáculo, a emoção da bola, os lances polémicos e os adeus inesperados. Mas marca também o dia de S. Valentim, pelo qual as raparigas se pelam, sempre à espera de surpresas. É verdade, nós homens sofremos uma pressão imensa nesta altura e tudo o que idealizamos é um esforço em vão. Nada corre como planeado, elas ficam desiludidas e, em certos casos, lembram-se de ficar tristes em noite de Liga dos Campeões! Não me sucedeu isso mas sei que acontece. Estou convosco amigos, temos de ser fortes nestas alturas!

Nestes dias para o relaxamento consegui ver a bola, fui raptado por extra-terrestres verde-alface, comi pela primeira vez uma francesinha, andei de teleférico, explorei os confins mais profundos da Terra, aventurei-me à descoberta do caminho marítimo (é justo dizer caminho marítimo quando só atravessei um rio?) para o outra margem, ganhei o euromilhões, gastei tudo em meninas, aguardente velha e apostas em cavalos, fui a Vegas, casei com uma stripper, divorciei-me, voltei a casar com a mesma stripper, voltei a divorciar-me, tentei roubar um tigre a um famoso, roubei um caniche a uma velhota, estive preso, não fui sodomizado à bruta, fugi num cesto da lavandaria, voltei a casar com a mesma stripper e apanhei boleia de um golfinho até ao estuário do Sado. Ou então estive só a preguiçar no sofá a ver comédias românticas e a engordar à base de batatas fritas de pacote e Ice Teas de marca branca...





Bom resto de Fevereiro e que venham daí os textos à sombra de uma fatia de pão e um copo de vinho. Já passou essa data manhosa, a inspiração irá voltar aos poucos e as minhas palavras sem sentido irão fluir neste espaço novamente.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Quando o meu filho perguntar: Porquê?

A ver uma série de televisão norte-americana, assisti a uma cena que, muito simplesmente, retratava aquela idade chata dos putos - a "idade dos porquês". E, como o meu cérebro é algo que não pára, comecei a pensar no futuro, quando um dia tiver criaturas pequenas e irritantes a atravessar esta fase tão importante da vida.

Quem me conhece, dificilmente me imagina com paciência para aturar tanta questão. E a bem ver, eu próprio não me consigo imaginar a contar a história da cegonha que vem de Paris ou da semente que o paizinho colocou na mamã. Na minha cabeça, durante os breves instantes em que me debrucei sobre o assunto, surgiram dois cenários óbvios e lógicos: ou a mamã tem essa paciência e vai estar sempre presente na altura dos porquês ou o puto está, literalmente, tramado. Digo isto porquê? Porque eu sou um inventor de histórias, não sou mentiroso, sou inventor. Tenho um personagem ou um tema e consigo inventar uma história mirabolante à volta disso. Já testei várias vezes, em situações completamente irrisórias e o resultado é sempre o mesmo: uma história mirabolante.

Pobres crianças quando me questionarem sobre o porquê de terem de comer a sopa ou lavar os dentes. Ou então o porquê de estarem trancados no armário enquanto o pai e mãe vão jantar fora. É certo que irei contar a verdade às vezes mas desde dinossauros a esquilos-voadores, vão ouvir um pouco de tudo.

- Papá, não quero mais sopa! Tenho de comer toda porquê?
- Ainda bem que perguntas, Xiquinho. Lembras-te da menina do quiosque onde o pai vai comprar o jornal que depois não lê? É bonita, não é? Pois, a mamã era tão bonita quanto ela mas um dia não comeu a sopa e agora é feia e gorda. O papá comeu sempre a sopa e agora é um cavalheiro elegante. Percebes?

- Papá, papá. O céu é azul, porquê?
- Ainda bem que perguntas, Xiquinho. Quando o papá nasceu, o céu não tinha cor. E então o papá foi falar com o dono do mundo para o céu ter cor. O dono do mundo não quis ouvir o papá e para provocar o papá, tornou o céu preto, e todos os meninos olhavam para o céu e ficavam tristes. Então o papá foi novamente ter com o dono do mundo mas desta vez levou um pau. E o dono do mundo quis ser mau mas o papá usou o pau e bateu no dono do mundo, que depois chamou os amigos para baterem no papá mas o papá encontrou uma espada e cortou os maus ao meio. Entretanto apareceram esquilos-voadores que cuspiam fogo e tentaram fazer mal ao papá mas o papá transformou-se em super-guerreiro e com um kamehame em forma de noz transformou todos os esquilos-voadores em seres fofinhos. Mas o céu estava a ser engolido por um buraco negro e um Deus disse que só o "escolhido" podia salvar o céu e o papá teve de entrar no buraco negro, onde nunca ninguém tinha entrado, e entrou, e entrou, e foi até ao fundo, conduziu um descapotável, namorou com sereias, lutou contra tigres e conseguiu recuperar o céu! Depois, o papá perguntou a todos os meninos do mundo qual era a cor que queriam. Mas como o papá encontrou muitas meninas, democraticamente o céu devia ser rosa ou verde-turquesa. E então, o papá decidiu dar ao céu a cor dos teus olhos Xiquinho, para sempre que olhes para o céu saberes que o papá gosta muito de ti, mesmo quando te mete de castigo.
- Mas papá, os meus olhos são castanhos.
- Pois... queres ir comer um gelado?

Pobre gaiato, pobre gaiato...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Os Franquelins desta vida

Ai os Franquelins desta vida. Num país de fachada, existe ainda alguém que acredite em política? No Governo há muito que ninguém acredita, aliás, é comum dizer-se que o povo vota nas pessoas mas quando estas chegam ao poleiro vira tudo igual, e parece que agora vamos deixar de confiar nas pessoas. Eu, por respeito a mim mesmo, vou, que fique oficialmente aqui explícito, deixar de acreditar em política. Se fosse falar de democracia perdia caracteres e tempo, e se o tempo é dinheiro, mais vale poupá-lo e evitar gastá-lo em futilidades.

Este Franquelim (uma adaptação foleira de um nome estrangeiro que faz lembrar um cantor pimba) é o novo bobo da corte, ou seremos nós os bobos "desta corte". Hoje é notícia o facto do rapaz ser um consultor precoce, aos 16 anos já fazia consultoria (um prodígio, talvez) a uma empresa que viria a ser criada passados 19 anos (duplo prodígio, diria eu, um visionário)! Como não sou jornalista, fui à Infopédia onde diz que o Franquelim entrou na empresa em questão dois anos após ter terminado a licenciatura em Economia, ou seja, entrou para a empresa aos 27 anos e não aos 16 (maldita Infopédia, a deitar por terra um prodígio português com nome de cantor pimba). Ao que acrescento que a dita empresa, fundada em 1989, deriva da junção de duas empresas que já existiam há largas décadas. Mas esse trabalho de investigação cabe a jornalistas e detectives, eu sou apenas um ser chato.

Na verdade, estou-me nas tintas para o currículo dos nossos governantes, licenciados em aldrabices. A credibilidade é algo que se esconde ao ouvir falar deste governo desgovernado. Franklim, à inglesa, era o nome de um gato que nasceu no palheiro da minha avó. Posso até confidenciar que fui padrinho do gatinho, e a minha prima foi a madrinha. Procedemos ao baptismo, com direito a água benta e tudo! Vá, era água da torneira mas nunca me descaí ao pé do Franklim, gato. O Franklim, gato, nunca foi à Universidade, nunca trabalhou na vida, casou-se, teve filhos, e desapareceu do mapa. Com estas histórias todas do Franquelim, à portuguesa, liguei à minha avó a perguntar pela família do Franklim, o gato. Ao que parece, o Franklim, gato, dizia à mulher que tinha um bom currículo e que tinha tirado uma licenciatura, possivelmente tirada ao domingo. A pobre esposa, agora viúva sem nunca se ter despedido do cadáver de Franklim, gato, conta que a última vez que o viu ele disse que ia comprar tabaco. Se fosse eu tinha desconfiado - o Franklim, gato, não fumava. Se calhar fugiu para o Brasil ou foi adquirido por alguma empresa angolana. Ele ultimamente andava com ar suspeito, já nem caçava ratos da mesma maneira. Nunca mais ouvi falar dele, Franklim, o gato.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Exercitar o cérebro

É senso comum que existem certas particularidades que diferenciam os homens das mulheres. Não sendo totalmente correcto, até porque sou dos que defende que os homens e as mulheres não são todos iguais, existem certas particularidades que encaixam na grande maioria das pessoas do mesmo sexo.

E agora vou debruçar-me sobre isso mesmo. Para começar, estou a tirar uma formação numa área ligada ao futebol e, na primeira aula, o formador deu algumas sugestões para nós exercitarmos o nosso cérebro. Coisas simples como lavar os dentes com a mão canhota ou comer com os talheres trocados podem ser acções bastante interessantes para obrigar o nosso cérebro a trabalhar mais em situações do dia-a-dia e para as quais já temos processos e rotinas assimiladas. Achei interessante, e até comecei a lavar os dentes com a mão esquerda - até agora posso dizer que já sujei duas blusas com pasta de dentes e tenho um hálito menos fresco contudo, acredito que com a prática estarei pronto a desempenhar esta tarefa com igual mestria quer à destro quer à canhoto!

Outra sugestão, porém, deixou-me mais apreensivo. Querem saber qual é? Cambada de curiosos! Parecem o meu gato, sempre a meter os bigodes em todo o lado. Raio do gato tem um fetiche qualquer com portas. Assim que vê uma porta a abrir - zingas! - lá vai ele explorar o novo recanto que se abre. Seja um armário, a porta de uma divisão da casa, a porta da varanda, a porta da rua, uma caixa, seja o que for, o estúpido do felino vai saltar lá para dentro à Indiana Jones para explorar, sempre a explorar. Mas a sugestão era outra: mudar o caminho que se faz todos os dias, por exemplo, experimentar uma nova estrada para o trabalho. E quanto a isso, achei má ideia. Isto porquê, porque eu, sendo homem, não pergunto indicações a ninguém e, como tal, já andei perdido algumas vezes. De modos que, experimentar um caminho novo pode dar mau resultado. Uma vez, queria eu ir ter a Alfragide mas enganei-me na saída e, sorte a minha, quando dei por mim estava na Damaia. Nada contra o sítio, até pareceu bastante bonito, mas andei por bairros onde só entra o corpo de intervenção e não me pareceu boa ideia pensar em mudar o caminho que sigo para o trabalho todos os dias por uma aventura ao vivo por reportagens do jornal da TVI. Lavar os dentes com a mão esquerda, ainda aceito, mas arriscar chegar ao trabalho só de cuecas, não me pareceu boa ideia. Fica a sugestão.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Multiplicação dos youtubers portugueses

Já ouviram falar no Puto Miguel? Um novo "pseudo-fenómeno" made in Youtube.

A semana passada estava eu a vaguear por uma famosa rede social à procura de imagens com piada para me distrair quando vejo duas partilhas de amigos meus para um novo sucesso do Youtube português - o Puto Miguel. Curioso, cliquei lá na hiperligação e fui levado para isto. À altura em que estou a escrever isto, este novo "pseudo-fenómeno" já conta com mais de três mil subscribers (acrescento, a título de comparação, que Salvador Martinha, um dos melhores humoristas portugueses da actualidade, tem cerca de dois mil subscribers) e tem apenas dois vídeos. O conteúdo é fraco, não consigo ir contra os meus princípios e dizer que é bom ou aconselhar a visualização dos seus vídeos. Mas, e como eu sou do contra por natureza, aprovo esta ideia. Um puto de nove anos, segundo a sua descrição, com um sotaque profundo e uma barriga onde se pode ler "excesso de McDonald's", que quer fazer um vlog ou simplesmente ter vídeos no Youtube. E porque não? Força nisso puto!

Isto faz-me lembrar a minha mocidade, os anos de puberdade passados no Algarve onde, em conjunto com uns amigos e várias borbulhas faciais, também pensei em fazer sucesso no Youtube. Não conseguimos. Contudo, podemos orgulhar-nos do resultado, sem contar com os penteados que eram deveras horrendos, há oito anos atrás o meu cabelo, se tivesse vida própria, iria suicidar-se todas as manhãs ao olhar-se ao espelho. Isso talvez explique porque perdi a virgindade tão tarde mas isso são linhas para outros textos. Belas tardes a jogar PES na Playstation e a criar conteúdos humorísticos, sempre na galhofa. Talvez um dia me debruce sobre esse grupo de gaiatos bonitos. Fizemos, a nível local, quatro espectáculos ao vivo, enchemos uma sala com cerca de oitenta lugares e actuamos para mais de duas mil pessoas. E era apenas uma brincadeira de gaiatos. Alguns vídeos ainda estão online, algumas ideias ainda estão perdidas em pastas escondidas no computador ou em antigos cadernos. Algumas ideias ainda podem valer umas boas gargalhadas, mesmo tantos anos depois. Mas tivemos pouca sorte, por isto ou por aquilo, não fomos capazes de contrariar algumas adversidades e deixamos o projecto morrer.

Por isso, e por muitas mais razões, deixo aqui uma palavra de incentivo aos vários Putos Miguéis e putos como eu há oito anos atrás: não desistam, deixem-se levar pela imaginação e façam alguma coisa por vós. Eu, que nunca andei de avião sequer, conheço dezenas de youtubers norte-americanos, mas conheço poucos portugueses. Há que incentivar os corajosos que se arriscam perante milhares ou milhões de "espectadores". Quantos mais aparecerem, maiores as probabilidades de termos bons youtubers portugueses, bons comunicadores, bons humoristas. Nos Estados Unidos, existem milhões de youtubers mas apenas dezenas merecem crédito. Não podemos esperar que em Portugal todos os youtubers sejam bons. É preciso que apareçam muitos, maus, péssimos, indiferentes, até que apareça um bom, dois bons, muitos bons. Se Jesus fez a multiplicação dos pães, que se faça a multiplicação dos youtubers portugueses!