segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A diferença de usar um blazer

Já escrevi sobre trânsito várias vezes, lembro-me de ter escrito umas duas vezes ou coisa assim, e é um tema a que nunca fico indiferente, muito pelo contrário, até fico diferente. Confuso? Adoro causar esse efeito nas pessoas. Às vezes invento histórias só para ver até onde consigo levar a minha imaginação, é engraçado. Mas sou diferente porquê? - perguntam vocês na esperança que eu não comece a divagar. Pois bem, sou diferente por duas razões.

Primeiro, sou Gémeos de signo e, segundo a revista Maria e o professor Bambu, tenho uma espécie de dupla personalidade cósmica que é orientada por astros que estão a anos-luz de distância e que interferem com a minha forma de ser. Basicamente, eu deveria poder fazer tudo o que quisesse, bastava-me colocar as culpas nas estrelas e toda a gente iria compreender a situação. Segundo, cresci no campo e vivo na cidade mas continuo a ter hábitos do meio rural. Aliás, já estou a juntar terra para fazer uma horta na minha varanda. Tipo só para cultivar umas batatas e uma saladinha. Os legumes do supermercado são assustadores.

E de regresso ao trânsito, salvo seja, seria perigoso estar a escrever um texto ao volante e não aconselho isso aos jovens até porque os jovens não devem conduzir antes dos 18 anos, excepto nos meios rurais como aquele onde eu nasci. Pois bem, vou tomar uma nova atitude na minha vida de condutor: sempre que não estiver atrasado, vou usar um blazer. É isso mesmo, vou passar a conduzir de blazer. Mesmo no Verão, mesmo que seja desconfortável, vou usar um blazer. Já tinha pensado nisso outras vezes mas hoje, que estava a conduzir de blazer e sem me preocupar com o tempo da viagem, vivi uma experiência única, e que aconselho aos jovens - quando fizerem 18 anos e tirarem a carta! Experimentem vestir um blazer e, sempre que se depararem com uma situação de cedência de passagem em que seria educado dar passagem a outro condutor, façam-no com um subtil gesto de mão por cima do volante. Fiz isso hoje e senti-me dono da estrada! Estava eu, no meu calhambeque, de blazer, e no meio do pára-arranca, decidi dar passagem a um sujeito bem vestido num veículo com cavalos lustrosos e bem cuidados (digamos que o meu deve ter alguns mas ao pé do veículo a que eu dei passagem, parecem póneis escanzelados!). Como é que o fiz? - perguntam vocês com os olhos a brilhar. Endireitei-me no banco, mirei o blazer, mão direita nas mudanças (já é hábito), mão esquerda em cima do volante e um subtil gesto a dizer "siga lá chefe, EU deixo". E lá foi ele, todo contente. Meus amigos, se eu estivesse a usar uma blusa com gola aberta ou uns suspensórios iria parecer ridículo mas de blazer, não sei se percebem a dimensão da coisa, senti-me um autêntico patrão!

Pronto, foi o ponto mais alto do meu dia. Amanhã vou novamente de blazer, até estou a ponderar levantar-me mais cedo só para mostrar aos senhores que conduzem veículos de alta cilindrada (suponho que deixar passar um mata-velhos ou um Clio de 1994 não dê a mesma satisfação) quem é o dono da estrada! Agora, atenção, já fui confrontado na rua por causa dessa situação: será que alguém que baptiza o seu blogue de "copo de vinho" devia falar de condução? Espero que não bebam vinho e vão para a estrada, pode correr mal. Aqui fica a minha mensagem de responsabilidade social, mas só porque é Natal!

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