segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Amigo Henrique Raposo, você fez figura


Amigo Henrique Raposo, (in)felizmente não nos conhecemos pessoalmente. No entanto, no meu direito de usufruidor da liberdade de expressão - tal como você - vou-lhe dizer a minha opinião sobre si: você fez figura de besta! Mais uma vez!

Custa-me que alguém com os seus estudos faça estas figuras. Não sou leitor assíduo do jornal Expresso, e muito menos seria pelas suas crónicas ridículas, mas sempre que leio esse semanário faço questão de saltar a página onde o seu nome figura. Será que a sua crónica é apenas um golpe de marketing? Será que você esconde um tom irónico no que escreve? Será que você fuma umas cenas maradas antes de se debruçar sobre o teclado? Digo isto porque, vamos lá a ver, 1 - a sua crónica desta semana deve ter batido recordes de vendas no Algarve; 2 - ri-me bué com este texto; 3 - se fumar brocas não causasse efeito, mais valia beber um chá de tília.

Como deve calcular, sou algarvio. Nascido e criado. E também já trabalhei e vou trabalhando na área do turismo, restauração, hotelaria. Pois, escusado será dizer que as suas palavras não me caíram bem. Não porque eu esteja a dar valor ou atenção ao que escreveu, aliás, já nem me lembro de uma frase inteira. Mas vejo nestas palavras muitos turistas que passam cá pelo meu reino. O facto de você falar mal de mim e dos meus colegas, ao generalizar e dizer que somos "antipáticos" e que "não sabem(os) receber" dá-me vontade de rir. A sério, acredite que achei piada ao seu texto. E dou-lhe crédito por isso, até porque sou algarvio e, pelas suas palavras, sou antipático e não esboço sorrisos. Você fez-me rir, não é fantástico? Ainda mais estranho será pensar que os turistas estrangeiros - e muitos portugueses - falam bem de nós pelos cotovelos. Já ouviu dizer que o Algarve é dos destinos de férias mais procurados da Europa? Sabe que muitos estrangeiros, e portugueses, adoram o Algarve e voltam cá todos os anos? Imagine só que você, com essa fraca opinião nossa, continua a insistir em passar férias neste reino que separa Portugal do Mar Mediterrâneo. Não é estranho? Mas você é um estudioso, diria até que deve ter vários diplomas emoldurados na parede do escritório, mesmo ao lado das fotos em calções de banho rosa-esbatido numa qualquer praia algarvia.

Amigo Henrique, sabe onde podia meter essa opinião ressabiada de quem foi "mal atendido"? Adivinhou, perspicaz que você é! Nunca privei consigo nem o vi sentado à mesa de um café ou restaurante. Não sei se pede meia dose de frango e uma garrafa de água de litro e meio para a família toda ou se janta filet mignon e bebe um vinho de reserva, não sei se deixa gorjeta ou se atira para cima da mesa aquelas moedas pretas que vão avolumando a carteira, não sei se explora tudo o que o Algarve tem para mostrar ou se vai para a praia às 11 da manhã e estende a toalha a dez centímetros das outras pessoas e começa a gritar atrás dos filhos enquanto todos atiram areia para as pessoas ali ao lado que estavam a desfrutar de uma boa manhã de praia. Sabe, ao contrário de si, não vou generalizar e dizer que você é daqueles com quem nós, algarvios, gozamos o verão todo e queremos ver pelas costas porque só estragam o turismo. Você até pode ser bom moce e estar apenas a desabafar de uma má aventura pelas minhas terras.

Mas a vida tem destas coisas, "paga o justo pelo pecador". Agora despeço-me porque chegou um grupo de oito portugueses que acabou de arrastar várias mesas e cadeiras de lugar como se fossem donos do bar e que estão a pedir dois cafés enquanto gritam com as crianças que querem gelados mas que os pais consideram ser caros porque estamos no Algarve e aqui cobramos um euro e meio por um Cornetto. Entretanto os clientes do lado, que também são portugueses, pediram a conta, acho que estão incomodados com os Henriques Raposos que temos cá hoje.

12 comentários:

  1. Como em todos os lados deste pais existe pessoas boas e más, com a conjectura actual o mal das pessoas vem ao de cima, é normal andarmos mal humorados, existe 2 mundos neste pais, os "tugas" e os portugueses, aqueles que somente trabalham por trabalhar e os que trabalham por amor e dão valor ao que lhes dão, existe uma liberdade mas muitos fazem disso libertinagem. como queremos receber o resto dos portugueses e os "tugas" no Algarve se somos esquecidos do resto do pais explorados pela máfia estrangeira metida na hotelaria e restauração?
    Pensem bem nisto se querem respeito primeiro tem de dar o exemplo, logo por esse proposto acho que muito bem os recebemos, prefiro atender 100000 ingleses do que 1 "Tuga", porque sei mt bem que serei sempre respeitado pelos estrangeiros. ate temos o termo aqui dos agostinhos aqueles "tugas" mal humorados que pensão que têm o rei na barriga sem paciência e reclamarão por tudo e por nada e vêm para o Algarve a contar trocos.
    Lembrem-se que já cá mora os algarvios e partilhamos este lindo paraíso que Deus nos deu, em troca de um trabalho de merda sem ferias para os outros as terem, sem saúde sem educação, sem infraestruturas em condições.
    No fim de contas sempre estaremos cá para os receber com um sorriso na cara, ao contrario de certos "tugas".

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  2. Sou algarvio, li mas não me apoquentou assim tanto o tal texto. Estou convencido que ao não darmos importância as próprias coisas também a perdem, que é o caso deste artigo fraquinho do Sr. Raposo.

    No entanto Sr. Marquês, deixe que lhe dê os parabéns. Adorei. Tudo o que refere para além da situação cómica, é a pura das verdades! Continue a escrever que eu quero ler mais!

    Obrigado! :)

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  3. Caro Henrique, Faça um "Clister com gasolina" que isso passa. Se não passar repita, porque você é PARVO o suficiente para isso.
    Se queres outra receita, passo cá por Lagos que eu dou-lhe, e de graça...!!!!

    Um Algarvio PURO.

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  4. Concordo a 100% com o seu comentário à triste publicação em questão do jornal Expresso. Mau jornalismo. Enfim!

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  5. Adorei o texto!! Muito bom!!!

    Cumprimentos alentejanos

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  6. Trata-se de um desconhecido anormal ressabiado que nesta altura estará a rir dos eventuais ofendidos e a sentir-se alguém. Sobre o espécime só me ocorre o seguinte pensamento:
    "Cabranito. Valháco. Pôndelêre. Merdolas. Porco. Só com um pano encharcado naquela fuça. Com duas tampas de panelas naquelas orelhas. Até assobiava. Pendurava-o na minha árvore e atarraxava-lhe a esfregona no bujão com sal e pregos e espetava-lhe com um enxame de abelhas pela boca e um formigueiro na peida, até ao intestino fino. Partia-lhe o dedo gordo e vazava-lhe a vista com ele. Punha sete alfinetes na outra vista. Cortava-lhe os tomates e entalava-os nos dentes, com umas rodelas de cebola e malaguetas. A piroca empalada e atada ao rabo dum pitbull. Enfiava duas vespas pelas ventas num concurso picante. No final apertava-lhe a mão pelo excelente desempenho e atitude"
    Dava-lhe beijinhos dos bons com montes de simpatia e sorrisos.

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  7. Vamos ajudar o nosso amigo a passar vergonha e ao editor do ‪#‎jornalexpresso‬ também.

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  8. Loool boa resposta mas nem era necessária somos tão antipáticos que eu nem sei por que carga de água ainda não somos uma região autónoma, já era altura para isso XD

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  9. Os comentarios tao grosseiros dao a razao, de bandeja, ao Henrique Raposo

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