Shevchenko sempre foi dos meus jogadores preferidos. Só o conheci já em Milão, um avançado elegante, oportunista, trabalhador, inteligente, dotado de grande técnica e velocidade. Tornava o difícil fácil, aliás, para ele nada era difícil. Quer estivesse na pequena área ou no miolo do terreno, uma bola nos pés de Sheva era sempre um lance perigoso. Lembro-me de ver jogos em que os defesas pareciam parar para ver os golos de Sheva. Muitas vezes nem precisava olhar para a baliza ou tão pouco para os adversários, gostava de ver a redondinha no pé. A sua jogada mais característica diz muito sobre si - simples, humilde, inteligente e acima de tudo, eficaz - na cara do defesa, toque curto para o lado e remate ao poste mais distante, está feito mais um golo. Também gostava de pegar na bola perto de meio-campo e ir passando os adversários em velocidade, no contrapé, alternando toques curtos junto dos adversários e toques longos quando tinha espaço para correr. Shevchenko abandona a selecção com a mesma cara de jovem humilde e sonhador com que a abraçou em 1995, o jogador mais jovem a marcar pela Ucrânia, o jogador mais velho a marcar pela Ucrânia, o jogador que mais marcou pela Ucrânia. Um ídolo em Itália, um ídolo no seu país, um ídolo no futebol europeu. Nos videojogos de futebol era o meu talismã. Outros avançados estavam ali, pixelados no ecrã, mas Sheva era especial, nem precisava que eu tocasse nos botões para inventar jogadas e marcar golos. Até em "boneco" jogava em piloto automático e era uma verdadeira máquina! Ajudou as equipas por onde passou em 20 títulos, incluindo uma Liga dos Campeões, e deixou o seu nome na história dos melhores marcadores de Itália e da Europa. Faltou-lhe ser eleito o melhor do Mundo, foi terceiro em 2004, mas nós perdoamos a FIFA por essa falha.
Deixo-vos um vídeo com alguns dos melhores momentos de Shevchenko, onde é impossível não notar que era o avançado perfeito para os jogos grandes, para os derbys e para os clássicos.
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