sexta-feira, 15 de junho de 2012

Rui Costa, um ciclista português

Ser português é dizer que se gosta de Portugal de boca cheia e falar mal de Portugal com a boca vazia, e as mãos vazias e os bolsos vazios e a consciência vazia...

Rui Costa, o ciclista, já merecia uma condecoração igual à que dezenas de "trambolhos" já receberam. Por "trambolhos" falo de homenzitos que sabem dar pontapés numa bola e são adorados por milhares de pessoas como se fossem deuses e que, vendo bem, nunca chegam a ser ninguém na vida. Subentenda-se que, por "trambolhos", não falo de Figos ou Ronaldos ou Eusébios... "trambolhos" são aqueles moços que um dia tiveram a sorte de ter alguém que os colocou no lugar certo à hora certa, sem mérito. Cristiano Ronaldo, Figo, Eusébio e muitos outros tiveram mérito, os "trambolhos" não.

Rui Costa, não o Maestro (que eu idolatro solenemente como um dos melhores médios ofensivos do futebol mundial! e português! e benfiquista!), mas o miúdo que anda de bicicleta, é camisola amarela na emblemática Volta à Suíça, a duas provas do fim. Os mais cépticos dizem que é sorte, os mais ignorantes dizem que não é o Tour, os mais racionais dizem que é um grande feito para o ciclismo português. Eu sou racional, às vezes, e neste momento acho que Rui Costa é um gajo infeliz. Não é infeliz por ser ciclista ou por ser português ou por nunca ter ganho um Tour ou por correr numa equipa sem os fundos das líderes do pelotão internacional ou por não ter batoladas de patrocinadores atrás dele. Rui Costa é infeliz por ser ciclista, português, nunca ter vencido um Tour, correr numa equipa sem os fundos das líderes do pelotão internacional e não ter batoladas de patrocinadores atrás dele. Em suma, Rui Costa não sabe, mas é infeliz. Contudo, à sua maneira, Rui Costa é um grande Homem e pode muito bem vir a ser um ídolo do ciclismo português. Um exemplo que poucos irão ponderar em seguir e que apenas um ou dois irão conseguir...


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