domingo, 17 de junho de 2012

Oh mãe, sou viciado...

Estava eu aqui tranquilamente a olhar para o guarda-fato e a pensar no que vestir esta tarde. Para quem não vive neste Mundo, daqui a pouco joga a selecção nacional de futebol e é preciso equipar-me a preceito. Mas como eu estava a dizer, pensava eu no que vestir e cheguei à conclusão que não tenho roupa para ir ao café ver a bola. Nunca faltou algo no meu guarda-fato: roupa desportiva. E agora não tenho...

Cresci com pouco, nunca me faltou nada, contudo, nunca vivi com abundâncias. Roupinha barata e prática, usada vezes a fim, comidinha do campo bem aproveitada, prendas por mérito ou datas especiais e pouco mais. Cresci bem, tenho orgulho em tudo. No entanto, via muitos pintarolas com roupinha da moda, roupinha nova todos os dias, zingarelhos nos bolsos como se de magnatas se tratassem. E eu na minha, roupinha prática, tshirts sem cor e ténis com buracos mas sempre vestido. Só havia uma coisa em que os meus pais me mimavam: equipamentos desportivos. Podia ter roupa barata mas os ténis de jogar à bola e o equipamento para fazer desporto eram de marca, bons e, inevitavelmente, caros. Os ténis do dia-a-dia custavam 15 euros, os ténis quando eu praticava atletismo custavam 80...

E agora estou a olhar para a vestimenta para ir ver a selecção e não encontro uma t-shirt para ir ver a bola, é só camisas de marca. Fui consumido pelo capitalismo! Virei brandaholic... viciado em roupa de marca e já nem t-shirts para ir ver a bola tenho. Uma pequena explicação para o que aí vem: nunca fui fervoroso pelo mediatismo à volta da selecção nacional de futebol. Gosto de futebol, vejo os jogos todos, mas não me peçam para pactuar com o circo (muito bem dito pelo meu conterrâneo Manuel José!). Não tenho bandeira nem cachecol, tinha uma t-shirt mas já não me serve. E agora, para ir ver a bola, resta-me vestir uma camisa de marca portuguesa e lá vou eu ver o Cristiano Ronaldo espetar três boladas na baliza dos moços do país das papoilas!

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