quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sou um ciborgue

Ultimamente tenho estado sem computador (antes que certas mentes evoluídas se questionem como raio estou a publicar um texto online sem computador, apropriei-me do calhamaço de outra pessoa, óbvio) e sinto que estou a viver nos anos 90. A sério. Passo o dia em frente ao computador mas, assim que deixo o escritório, adeus internet, adeus FM, adeus fotos de miúdas peladas e vídeos de chapagem. Continuo a ter televisão e telemóvel e, por vezes, tal como agora, aproveito a ausência dos donos para ligar-me ao mundo.

Estar sem computador é estar noutra dimensão, é viver noutro século, é estar sozinho no mundo. Já nem me lembrava que podia usar o telemóvel para falar com outras pessoas ou mandar mensagens a combinar um jantar ou uma saída. Pensava que isso era um uso quase exclusivo da internet. Só para verem como eu me sinto um homem das cavernas, ontem dei por mim a fazer uma fogueira para cozinhar o jantar. Foi uma chatice, o meu colega de casa chegou e mandou-me limpar aquilo tudo. Para além de ter caruma em todo o lado, queimei um cortinado e o chão. Mas há uns dias que ando estranho, noutro dia dei por mim a tentar mandar sinais de fumo pelo exaustor. Queria convidar um amigo para ir ver a bola ao café e estava sem saldo no telemóvel. Em compensação, tenho saído mais vezes de casa. Não tenho computador, não tenho nada para fazer em casa, mais vale ir dar uma volta e conviver um bocado.

Entretanto, ando aí com uns projectos deveras interessantes mas que estão presos por detalhes, que é como quem diz, não consigo avançar porque me falta essa coisa do computador. É esquisito tentar pegar numa esferográfica para criar algo. Posso fazer rabiscos ou anotar algo à pressa, contudo, não consigo atirar ideias para uma folha de papel. Não dá para apagar e voltar a escrever e escrever por cima e acrescentar um ponto lá atrás e alterar o sentido da frase. Raios, sou um ser humano formatado para viver agarrado a uma máquina. Ai a minha vida...

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