terça-feira, 22 de maio de 2012

Não sabem respeitar ninguém

Regresso hoje a este meu blogue para reportar uma situação. Posso, tendo em conta o meu passado recente, considerar-me um "entendido" nas carreiras daquelas camionetas amarelas que passeiam por Lisboa com pessoas enlatadas. Porém, de tanta alarvidade que já ouvi, tanto disparate cuspido por pessoas cujo Q.I. se assemelha ao de um pepino daqueles amargos, tanta confissão descabida jogada contra um aparelho móvel que não escapa aos ouvidos de todos os passageiros, ontem ouvi uma resmunguice espectacular.

A caminho do trabalho, com uma mão na carteira e outra no rabo para me proteger de velhotas e carteiristas, lá me ia esgueirando entre a multidão. Digamos que a camioneta que eu apanho tem a mesma densidade populacional que aqueles 50 metros de plateia junto ao palco num concerto do Tony. E estava eu muito entretido com uma mão na carteira e outra no rabo quando entram duas senhoras, no seu meio século de loucura já ultrapassado, a conversar amigavelmente num tom ao qual nem os transeuntes que circulavam na rua ficavam indiferentes. Entre as queixas sobre os jovens e o preço dos remédios para o reumático, a mais inteligente (perdoem-me o tom jocoso), salta com esta bonita frase: "Esta gente aqui de pé e ainda há ali um lugar. Não sabem respeitar ninguém"...

Eu sinto que podia terminar aqui o texto.

Moral da história: se te sentas e deixas uma pessoa de idade ou deficiente de pé - não respeitas ninguém; se ficas de pé e há lugares para sentar - não respeitas ninguém; se tens um lugar onde podes sentar meio século de loucura e ainda reclamas - és uma portuguesa à maneira!

Haja uma fatia de pão e um copo de vinho para matar a fome e molhar o bico!

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